sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O meu Saco.















Mais uma vez é natal. Vou aproveitar a oportunidade pra falar não exatamente do natal nem do Papai Noel, mas do saco desse personagem que, pelo menos pra mim, nunca foi lá essas coisas.

Nunca esperei o Papai Noel pela chaminé até porque morava no interior de São Paulo-Brasil e na cultura dessa cidade e pais respectivamente, não é costume as casas terem chaminé.

Não só por isso. Sempre fui, como diria meu pai, “véiaco”, e sabia que renas não voavam, aliás, nunca vi ou ouvi nada sobre elas exceto no natal. Agradeço ao meu pai que desde pequeno sempre me privou dessa estória de Papai Noel, seu saco e suas Renas.

But, eu nunca imaginei que um dia iria usar o saco do Papai Noel, ainda mais pra colocar umas sujeiras. Explico.

Como qualquer um pode ser um Papai Noel, disponho-me a tornar-me um, aqui e agora. Única e exclusivamente para botar as sujeiras dentro do saco vermelho, cor essa que segundo a minha amiga virtual de blog, Jú Machado, num de seus ótimos textos, trata essa cor como xexelenta.

E neste meu caso concordo com ela, pois, a seguir, esse meu saco além de vermelho, vai se encher de toda sorte de flagelos e moléstias que estão deixando o meu saco cheio, entupido, recalcado e sacudido.

Mas ainda bem que Papai Noel e seu saco só aparecem no fim do ano, da pra economizar com caçamba que é muito cara. Você já precisou de caçamba? Se precisou, sabe o quanto é caro se desfazer de entulho. Por isso, prefiro juntar tudo pra no fim de ano, colocar no saco e mandar pra PQP, (ponte que partiu. Entendam-me bem.)

Infelizmente começarei colocando no saco, pessoas. Ou pelo menos, aquilo que elas fazem, ou melhor, fizeram.
To cansado de quem diz: “te amo” irresponsavelmente, patrocinando a vulgarização da palavra. Gosto de uma música que embalou minha infância e até hoje ouço do excelente compositor João Alexandre que diz: “se não tivesse amor de nada valeria, fria e sem razão a vida então passaria”.

Vocês que me disseram “te amo” sem temor algum e hoje continuam “amando” no pior sentido da palavra, distância de mim! Amar é um sentimento que fora pai e mãe, construímos com outras pessoas, pra quem não quis trabalhar comigo nessa construção, fora! Pra me amar é preciso chorar comigo, sorrir comigo, me aconselhar, me respeitar...e mais infinitas coisas, isso mesmo, infinitas coisas! Tem gente que ama uma semana na outra odeia e na outra semana já matou. A mim não, comigo nunca, fora!

To cansado dos programas de televisão. Principalmente dos evangélicos. Tem um ai que ta me enchendo o saco, ele começou com duas horas no canal 21 agora ta integral, comprou o canal 26 e ainda faz uma “ponta” no canal 13. Tem outro que me manda colocar a mão no caroço, dando o óleo que cura, fechando os olhos que pouco vêem, pedindo a quem não tem. Cada vez mais espaço pra eles, cada vez menos espaço nas cabeças subdesenvolvidas.

To cansado dos políticos desse país. Um ano se passou e ainda me lembro de suas pilhérias. Vou me lembrar no dia do sufrágio. Mas logo penso: que força tenho eu sobre os 180 milhões de eleitores? Todos, em sua maioria, preocupados com o fim da novela ou quem comeu quem no BBB! A mim não, comigo nunca. Fora!
To de saco cheio daquelas músicas (se é que posso chamá-las assim), que quando ouço, grudam na minha mente, como um parafuso espanado, sem rosca, como um carrapicho!...ôpa! Carrapicho não!!! Tem uma banda com esse nome! Ai meu Deus já foi. E se você leu até aqui, compartilhe comigo nauseadamente, essa pérola que, da sua cabeça também não deve sair, a música do tal carrapicho...
Bate forte o tambooor!
Eu quero é tic, tic, tic, tic, ta! 2x
É nessa dança que meu boi balança,
E o povo de fora vem para dançar!2x


Vejamos: ele quer tic, tic, tic, tic, ta, quer ver o boi dele balançar e quer ver o povo dançar e o nome do compositor é Braulinho Lima!!!

Como diria o nordestino véio Alcino: “Ah! Uma vara de urtiga pra dá no quengo dum cabra desse!”.

Na boa, agora já deu! Lembrar dessa música as 01:30 da manhã, foi coisa do Caramunhão do Pé Preto. Não consigo mais escrever, ferrou!

E como diz aquela música do Roberto Carlos:

“...e que tudo mais....vá pro inferno!”

Pro inferno e pro meu saco que já encheu! Preciso de outro saco, até o ano que vem.

EGS

terça-feira, 16 de dezembro de 2008



Mesmo sabendo que a educação no Brasil quase não existe ainda me recuso a acreditar que coisas desse tipo acontecem.

Os mais filósofos poderiam dizer que não está errada, ou TÃO errada assim a resposta.

Eu tenho um grande amigo que além de filósofo se chama Gedeon. Não sei se ele é muito inteligente porque se chama Gedeon ou se chama Gedeon porque é muito inteligente.

Quando eu tive o privilégio de trabalhar com ele, creio que nada menos do que quase dez anos, sempre o ouvia dizer uma frase que sempre me digo quando vejo e não creio, dizia ele: "... nada é tão ruim que não possa ser piorado..." Isso, hoje, é uma verdade absoluta.

Quando eu era pequeno, nas ruas do interior paulista, bairro do Matão, isso mesmo, Matão, caímos na mesma história, nada é tão ruim que.....

Bueno, como estava dizendo, nas ruas deste bairro onde vivi por 6 anos, diga-se de passagem, os melhores da minha vida, existiam vários cães ou cachórros como diria meu amigo César.

Eram todos sem raça, de um extremo ao outro do bairro, vira-latas. O meu se chamava “Pingo” parecia-se comigo, este, nem raça tinha, não me atrevo nem a dizer que era um cachorro quanto mais um vira-latas porque já naquela época vira-latas já era uma raça.

Pois bem, naquela época eu já tinha chegado a conclusão de que cachorro de interior com aquele tipo de vizinhança que não convém detalhar aqui pela hilaridade que poderia vos causar, tinha medo mesmo era de pedra.

Nada causava mais medo em qualquer cão de qualquer tamanho ou raça, do que uma pedra. Mas o interessante mesmo de tudo isso, é que pelo fato de que os quadrúpedes já haviam levado tanta pedrada na vida, ou seja, na cabeça, que quando um ser humano de qualquer cor, raça ou idade fazia o movimento de quem ia pegar uma pedra no chão, os pobre coitados corriam, corriam, corriam e corriam até sumir na poeira das ruas de terra, penso que aqueles cães, mais do que qualquer morador torciam para a realização de um projeto asfáltico na vila.

E eles eram assim porque na escola da vida aprenderam que aquele movimento feito pelos homens, sendo ele para amarrar o cadarço ou de fato pegar uma pedra, a solução era mesmo correr, correr e correr.

Assim, até os cães do meu bairro aprenderam e encontraram o X da questão.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ao vazio

Você,
Parece estar, quando some,
Sem ao menos dizer seu nome.
Num instante vai, e volta já,
Foi e breve voltará.

Cabe-me ter e não me deter,
Juro-me, tento, e de você não consigo me abster.
Sei o porquê, só não sei até quando,
Contudo, vou indo, sem vontade caminhando.

Quem me dera você fosse
E voltasse com ela!
Mas como me proponho a pensar que ela nunca se foi
Lá estaria ela, naquele prédio azul,
Naquela Janela.

Egs
Ago/2005

(Pelo vazio que minha irmã deixou quando faleceu em setembro de 2005)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Aos meus amigos.

Ainda difícil de acreditar que depois de quase dez anos a Betesda já não faz parte do meu trajeto matinal, me vejo num deserto, normal.

Normal essa mudança, já sabia que isso aconteceria só não imaginava como. Está sendo difícil a transição, porém, fascinante.

Fascinante porque percebi os valores que ganhei os amigos que conquistei e me conquistaram, é claro. De tudo que aprendi na prática, quase nada usarei na nova empreitada. Mas trago comigo lembranças e experiências que jamais me abandonarão.
Falo de coisas eternas, pessoas especiais e de um Deus que sempre esteve ao meu lado mesmo quando eu pedia cinco minutos pra fazer minhas pífias vontades.

Lembro-me de uma mensagem que o Ricardo pregou contando uma história de uma pessoa que investiu na vida dele, pagou um curso de inglês e ele tem uma divida eterna de gratidão com essa pessoa. Chegou agora a minha vez de sentir o que ele sente em relação a aquela pessoa tão importante na vida dele. Acredito que Deus está mais próximo de nós do que possamos imaginar, é só olhar em volta, Ele está nas pessoas, Ele está em nós.

Não sentirei falta porque nunca vou me afastar, mas vale ressaltar os nomes de algumas pessoas que me fizeram de alguma forma levar pra frente e para o resto da minha vida, valores, aprendizados, amizade, carinho e principalmente a mensagem do evangelho.

Aprendi com Ricardo e Geruza a confiar e investir em vidas, acreditar que todos têm um potencial e podem contribuir de alguma forma para o reino.

Aprendi que andar de modo a se parecer com Jesus é difícil mais vale a pena, com Mário Mingoni, amigo e conselheiro.

Aprendi a escutar para ajudar com Eliel Batista.

Aprendi a simplicidade, a elogiar e ver angustia ou alegria nos olhos das pessoas e não deixá-las passar por mim sem dar um abraço ou gargalhar junto, com Sergio Moreira e sua Esposa, lindos fenomenais.

Aprendi com a doçura da Célia, a tratar bem e a ajudar as pessoas, linda, doce e meiga de coração.

Aprendi como o Villy que parar não é uma opção.

Aprendi com a Ana Paula que ser pequena é bom porque cabe em qualquer lugar, e que sempre é tempo de recomeçar.

Aprendi com o Marco Aurélio a ser ético e profissional.

Aprendi com a Dalila que telefone não é calculadora e que maracujina com red bull faz o mesmo efeito do que se não tivesse tomado nada.

Aprendi com o Bonito que não é feio ser feio, e da pra ser alegre sendo.

Aprendi com o Leandro que tudo ta bom, no sossego, que não compensa se injuriar, e que nunca é tarde pra amar ou pra ser amado, né Lêzinho.

Aprendi com o Gedeon que estar bem humorado mesmo quando as coisas não vão bem é bom e que nada pode esta tão ruim que não possa ser piorado.


Amigos, razão pela qual minha história foi, é, ou será ainda bonita.

Guedes.
Carece todo dia ter paciência.

Vindo de fora, do externo, do interno da gente, não importa, carece.

Carece pra nascer, viver, comer, ter, ler, paciência.

Carece de coisa que antes não carecia: internet todo dia e celular que mia, não importa carece.

Carece por ligar o aparelho televisivo ver e ouvir o abaçaí tratando com ludíbrio almas sedentas de calor latente da cura da dor de dente de ver cair no colo algo de muito bom derepente.

Carece por ainda com o aparelho televisivo ligado, num toque no controle pro lado, tornar audível o que entre aspas segue: "bota a mão no caroço", "saia do fundo do poço".

Enfim, todo dia carece, será essa a virtude do momento e a maior de todas? Pois quem não a tem, mata, se mata, fere, se fere, laça, se laça, engana, se engana, se vai.

Digo e sei, todos sabem, que tudo isso acabará, mas...carece ter paciência.


EGS